Fotos: Pedro Piegas (Diário)
Pedestres caminham entre os buracos para atravessar a Rua Conde de Porto Alegre, no Centro
Depois da chuvarada em Santa Maria, há uma semana, um dos principais problemas que motoristas e pedestres enfrentam voltou a ser assunto. Novamente, a buraqueira é visível em ruas e avenidas, situação que o Diário mostrou em diversas reportagens ao longo deste ano. A operação tapa-buracos ajuda de forma paliativa, mas não resolve o problema. Esse tipo de trabalho continuará sendo realizado, mas o maior investimento, que será a recuperação das ruas e estradas municipais, deve começar até 15 de janeiro.
Depois de consecutivos dias de chuva, aumentam os buracos nas ruas de Santa Maria
Conforme a prefeitura, ainda não foi depositada a primeira parcela referente aos R$ 28 milhões do empréstimo feito na Caixa Econômica Federal, por meio do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). Por isso, as empresas terceirizadas ainda não iniciaram o trabalho. Os projetos das primeiras ruas estão prontos aguardando a liberação do recurso. Caso isso não ocorra até amanhã, a intenção do Executivo é autorizar o início dos trabalhos na primeira quinzena de janeiro. O contrato entre as duas partes foi assinado no dia 14 de novembro.
Principal rua do bairro Carolina está cheia de buracos
O valor será utilizado para a repavimentação e para a manutenção das vias urbanas e de estradas rurais, para a compra de equipamentos e para a revitalização dos abrigos de ônibus. A prefeitura tem um levantamento prévio baseado em três pontos prioritários: ruas em que passa o transporte coletivo, com maior fluxo e locais mais críticos.
CUIDADO
Enquanto o trabalho não começa, motoristas e pedestres precisam ter mais cuidado no trânsito. Na Rua Conde de Porto, quase esquina com a Venâncio Aires, no Centro, a pavimentação está bastante danificada.
- Depois da última chuva, ficou mais complicado. Moro em Camobi, e venho bastante para o Centro. Tenho que andar mais devagar, e quase escolher o menor buraco para cair - diz o programador Diogo Kunde, 24 anos.
Buracos de rua são o principal problema dos moradores de Santa Maria
Orlando Silveira, 73 anos, tem um estabelecimento comercial há 38 anos na Conde e diz que a situação piorou agora.
A situação é semelhante na Rua Guilherme Cassel Sobrinho, perto da Rua General Neto, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes. Um dos buracos foi sinalizado com tinta branca por moradores. A 50 metros dali, uma cratera foi consertada no último sábado, depois que uma camionete caiu, rompendo a ligação de água. De acordo com moradores, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) arrumou o local, mas o conserto não seria satisfatório.
- É um problema recorrente nessa parte da rua. Consertos em pequenos trechos de tubulação que rompem, e a rua fica em péssimo estado - reclama o médico Rodrigo Maurer, 43 anos.
Parte da Rua Irmão Jacinto desmoronou na Nova Santa Marta. Como o local não foi sinalizado, morador colocou um freezer velho para alertar motoristas, mas equipamento acabou dentro da cratera
A chuva da semana passada também fez desmoronar parte da Rua Irmão Jacinto, no Bairro Nova Santa Marta. Moradores contam que a rua ficou completamente alagada e em meia pista. Um freezer foi colocado para chamar atenção dos motoristas, principalmente à noite. Ontem, no entanto, o equipamento estava dentro do barranco, causando por uma tubulação de esgoto.
Ontem, a prefeitura informou que irá sinalizar o local. Não foi dado prazo para o conserto.
GALERIAS DESTRUÍDAS NÃO TÊM PRAZO PARA CONSERTO
Operários trabalhavam, ontem, no conserto de galeria pluvial que cedeu com a chuvarada na Avenida Borges de Medeiros
Na tarde de ontem, começou o serviço de limpeza da galeria da Avenida Borges de Medeiros, que cedeu na semana passada. O buraco foi aberto para fazer um conserto na rede de água, mas acabou desmoronando depois da chuvarada. A previsão, segundo a prefeitura, é que a primeira etapa do trabalho, de limpeza, seja concluída até amanhã.
Tapa-buracos nas ruas de Santa Maria começa na quarta. Veja lista de ruas prioritárias
De acordo com o responsável pelas equipes de manutenção pluvial, Maiquel Penna, só após a limpeza é que engenheiros da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos poderão avaliar o problema para definir como será feito o conserto da cratera. Não há prazo.
O trânsito está bloqueado no sentido bairro-Centro. Moradora da região, a aposentada Marilene Bernadete Lovato Tólio, 76 anos, conta que essa não foi a primeira vez que os vizinhos enfrentam esse tipo de problema.
- Moradores mais antigos contam que é a quarta vez, mas, agora, foi maior. E o motivo é sempre o mesmo, em função da chuva. Eu fico com medo, porque a água corrói o asfalto. O pior que fica difícil sair e entrar na garagem do prédio. Sem contar o perigo, pois pode cair um carro ou um criança - diz Marilene.